Saturday, December 13, 2014

Coisas Inimagináveis

No mundo individualista não há especial 
Porque todos se acham tão especiais 
Que acabam sendo como todos 

No grupo há um conjunto de Eus 
Porque todos são tão separados 
Que acabam não sendo um todo 

Na multidão há o espanto 
Porque todos são tão iguais 
Que assusta fazer parte do enxame 

Na relação há projeção 
Porque todos são tão ansiosos 
Que assusta não saber do outro 

No fim ainda há esperança 
Porque todos são tão capazes 
Que poderiam fazer da vida 
Coisas Inimagináveis 




Saturday, December 6, 2014

Solitude

As palavras são carregadas de peso, de carga: elétrons e prótons.
Por isso, escolhi solitude, penso que solidão é uma palavra muito feia.
Sobre essa escolha: eu sei que no fundo você me entende, toda alma tem sua hora.
E tem hora que está eufórica, e tem hora que precisa de descanso.

Solitude, eu te convido, a saborear um pouco dessa magnífica palavra.
Se afastar da civilização, voltar ao natural, buscar a si mesmo, eis a verdadeira solitude!
Mas não se prenda muito a palavra... Vá além! Entende o que quero dizer?
Porque a palavra é a base da civilização... é a arma que substitui a arma, que movimenta.

Por isso não seja totalmente seduzido pelas palavras bonitas
E nem feche seus ouvidos quando ouvir uma palavra feia.
Do contrário, o ciclo do preconceito nunca terá fim.
Ou melhor, o ciclo do conceito, não vejo tanta diferença.

Então, pra rimar com solitude, nada melhor que uma poesia sem rima.
Porque solitude não tem uma lógica, não tem sequência, não tem regra.
Apenas um ímpeto, apenas uma vontade de se aventurar.
Porque quando você estiver só, você vai entender, como a cultura te marca.