Wednesday, December 4, 2013

Delírios

Delírios costumam infestar o sistema nervoso;
Como uma praga esses grandiosos seres pequeninos se espalham em rede;
Eles têm fome de pensamento. Não se engane;
Sua aparência é bonita,
É como um sedutor ou sedutora, que te espera com um punhal afiado guardado na gaveta do armário.
É como um veneno que vai esvaindo suas forças, e te corroendo por dentro. E o mais desastroso é que você tem sede desse veneno. Sua corrosão causa um buraco no estômago, que inocentemente queremos preencher com mais veneno.
É como o álcool, que se usado em pequenas doses te dá coragem para enfrentar o medo, mas se usado em grandes doses te tira o juízo. Se usado de vez em quando te deixa alegre, mas se usado sempre te deixa deprimido.
Eles podem nascer em qualquer lugar, são plantas espinhosas que brotam principalmente nos terrenos mais áridos, mas também podem nascer em bosques, florestas ou pradarias.
O homem que tem uma foice não deve hesitar em destruir essas ervas daninhas. Mas dá uma pena, sabe? Ver ele ali, tão bonitinho, tão na dele, cheio de boas intenções.
Mas se tu hesita ele te domina, ele usa você. Ele diz na beira do teu ouvido que tudo é uma grande bobagem, e que todos estão errados. E então ele diz que tu podes ser grande, grande como ele. Se olhares de relance acharás que suas raízes são tão profundas quanto o mundo. Mas se olhares bem, se saíres da hipnose, se veres como vê um transeunte que passa na via e observa sua cena com a planta, notaras que ele é pequeno. O delírio é minúsculo. É uma memória. Que vai ficando cada vez menor, sem importância. E você deixa ele lá no canto dele, tristonho. De castigo, quem sabe um dia... Quem sabe um dia, ele aprende a se comportar.