"Onde está a sabedoria que nós perdemos no conhecimento? Onde está o conhecimento que nós perdemos na informação?" Thomas Stearns Elliot
O pensamento acima pertence a um escritor extraordinário - já vencedor do premio Nobel de literatura - cuja obra é conhecida pela fusão de formas tradicionais com elementos experimentais em uma inovadora síntese capaz de inebriar os mais diferentes leitores com sua concepção tão multifacetada, por exemplo, com o livro A Terra Devastada (1922), considerado uma das principais obras da literatura moderna; há inumares representações ricas, complexas e ao mesmo tempo, inequívocas; Para T.S. Elliot, a literatura representava uma maneira única de se opor a ausência de sensações.
Vivemos em uma era onde a atualização tornou-se imprescindível e mais do que isso, o acesso a informação tornou-se absolutamente fácil, com uma produção que cresce exponencialmente a cada dia. Nunca na história da humanidade houve tamanho acesso - e produção - de informação. O que acontece hoje é que as pessoas confundem informação com conhecimento.
E confundem conhecimento, com sabedoria.
Por isso, me impressiona o pensamento descrito no título, de um escritor morto a quase 60 anos. Informação não é conhecimento, e conhecimento não é sabedoria. Sabemos que temos acesso a mais informações do que em qualquer momento da história humana. Temos habilidade de encontrar qualquer resposta factual simplesmente ao digitar uma pergunta na internet. A velocidade com que temos acesso as informações é algo que devemos ter em mente enquanto vivemos nossa vida, enquanto gastamos o tempo que nos é dado.
Explico:
Quando a calculadora eletrônica foi inventada, muitos reclamaram que os filhos não aprenderiam matemática e que a próxima geração de físicos estava fadada a não existir. Hoje, as pessoas reclamam que não sem lembram mais de números, endereços, fatos. Existe alguma verdade nisso, obviamente. Se houve alguma perda para a humanidade - o que parece verídico - não argumentarei contra. Mas há benefícios, logicamente, apesar de mudar a visão de quem somos. Há uns 150 anos, quando o telégrafo surgiu, muitos afirmaram que aquela tecnologia aniquilaria o tempo e o espaço e criaria uma comunidade global, assim como a internet agora. Por isso, é importante que saibamos que nossos ancestrais também ficaram atônicos com as tecnologias que surgiram em sua época, mesmo quanto estamos maravilhados com as ultimas tecnologias.
Outro bom exemplo: O projeto Genoma é um esforço científico que tem amealhado conhecimento com maior velocidade do que nossas mentes podem processar. Esse esforço global para mapear e sequenciar todos os genes (entre 20 e 25 mil) do corpo humano pressagiam implicações para o tratamento e a prevenção de doenças. Contudo, com o surgimento de tais informações somos confrontados com questões de bioética que surgem mais rapidamente do que suas respostas.
Não conseguimos filtrar a esmagadora parte dessas informações. E não há problema nisso. A questão aqui é que o excesso de informação pode ser tão ruim quanto a ignorância. Há alguns meses uma pesquisa - conduzida pela conhecida Universidade da Califórnia, em San Diego - revelou que os americanos consomem quase 35 GB de informações por dia. A mesma pesquisa revela que os americanos consomem informações durante ao menos 12 horas por dia. Nota-se com isso, um lado adverso onde as pessoas se tornam dependentes de informação. E enquanto buscamos conhecimento útil, podemos se perder em uma cegante nevasca de dados. Por exemplo, enquanto procuramos informações e conhecimentos através de um buscador - Google por exemplo - podemos nos deparar com pornografia, desinformação e todo tipo de má instruções.
""Salomão era um homem com rico - era um rei - com um harém com as mulheres mais lindas imagináveis, tinha tudo do melhor, tudo que queria estava ao seu alcance. O mesmo rei escreveu o seguinte:
"13 Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. 14 Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino.15 Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela." Provérbios 3:13-15
Em seu livro, através de provérbios e parábolas, Salomão nos conduz além daquele lema tão comum de que "sabedoria é a experiente arte de utilizar o conhecimento para atingir um objetivo desejado."" (*1) A incontrastável complexidade da mente humana, que não pode ser completamente descrita sequer por ela mesma, pode, no entanto ser resumida a apenas três palavras: Informação, conhecimento e sabedoria.
É muto difícil explicar o que é sabedoria, pois algumas respostas e ações podem levar a qualquer um a ser tido como um ser de grande sabedoria, basta percebemos o que Deus ao perguntar a Salomão o que ele gostaria de receber por suas obras, respondeu de imediato o que queria - sabedoria - e se transformou no homem mais rico da história.
No próximo texto, meditaremos um pouco sobre a diferença entre Informação, Conhecimento e Sabedoria.
Até breve,
André
(1) - Mart de Heerman - Pensando Sobre, pág. 75
Melhor texto que você já postou André!
ReplyDeleteParabéns! Muito massa!
Realmente o excesso de informações pode ser tão ruim quanto a ignorância. E ter todas informações do mundo pode ser uma forma de não saber sobre si mesmo.
Abraço!
Muito interessante meu jovem! Aguardo ansiosamente a próxima parte.
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